Protegida na varandinha do casebre, Dona Antônia admirava chover bonito no laranjal. Sem pressa, delineou com o indicador a forma de uma nuvem. Sem reparar nos sapatos molhados, deixou que a água gostosa molhasse sua mão. E sempre com os olhos chovendo saudades, recitou cantigas da infância. Recitou pra si mesma.
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