quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vera.


Dona de um coração enorme! De uma alma pura, marcada por seu sorriso de criança, que hora contrastava com a teimosia de uma perfeita escorpiana.
Artística! Complexa. Dona do seu próprio nariz!
Me ensinou a desenhar, a pintar, a curtir o vento que entra pela janela do carro na estrada, a borboleta azul, a igrejinha antiga, música no último volume no carro, cantando e dançando como se fosse a única no trânsito!
Me ensinou como a vida é linda, e frágil. Pegar a dor e transformar em vitória, nunca desistir!
Saudades de sentar numa mesa e ajudá-la em seus artesanatos. De suas tentativas frustradas de me ensinar tricô. Das suas histórias de faculdade, viagens, brigas com seu pai machista. Seu sonho frustrado de ser bailaria, e o orgulho que tinha ao me ver no palco.
Saudades de ligações no meio do dia, só pra perguntar o que eu almocei. Chegar de viagem e ter meu guarda-roupa todo arrumado (porque ela sentiu tanto a minha falta, que não conseguia sair do meu quarto). Andar São Paulo inteiro fotografando as vacas da Cow Parade. Acordar num domingo com alguma MPB rolando no último volume. Lanchinhos da tarde para os meus amigos. Mimos quando eu adoecia. Minhas roupas customizadas. Desenhos pela casa. Chegar em casa do trabalho e deitar com ela na cama para assistir TV, segurando sua mão.
Ela foi icrível pra mim, pra toda minha formação e amadurecimento. E continua sendo!