terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Quando choveu.

As palhetas de parabrisa trabalhavam pesado no trânsito da Avenida Paulista. Quem estava atrasado, se maquiava. Quem estava disposto a molhar o braço, fumava. E quem estava nervoso, xingava com os vidros fechados, xingava pra si mesmo.
Protegida na varandinha do casebre, Dona Antônia admirava chover bonito no laranjal. Sem pressa, delineou com o indicador a forma de uma nuvem. Sem reparar nos sapatos molhados, deixou que a água gostosa molhasse sua mão. E sempre com os olhos chovendo saudades, recitou cantigas da infância. Recitou pra si mesma.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bem-Bom.

Prefere uma serenata de amor ou um sonho de valsa?
Se escolher a primeira, componho uma linda canção. Escalo muro, jogo pedrinhas na janela. Te acordo numa madrugada cintilante, com rima, verso e melodia.
Mas se sonhas com uma valsa, então visto o mais belo vestido! Me enfeito com flores e lantejoulas. E te acompanho em seus passinhos ritmados, no mesmo compasso do meu coração.