Ela beatnik, ele Jorge Amado. Seu cabelo cor-de-rosa despista a idade que tem.
Ela beatnik, ele chora de amor. Se encontram na melancolia de um bar qualquer, afogam as mágoas, oferecem uma pro santo. Ela espera o taxi, ele espera dias melhores.
Eles dividem a mesma geração, dividem um maço de cigarros. Mas nunca dividem seus problemas. A vida é muito curta e muito louca, optam por assuntos mundanos, mas nunca dividem a mesma opinião. Eles dividem a conta.
Ela beatnik, ele Jorge Amado. Seus óculos tartaruga o fazem parecer mais velho.
Ela pede whisky, ele, atenção. Seu mundo anda pesado de mais pra se carregar sozinho. Ele precisa dividir, ela precisa de uma aspirina. Ele entende o recado. Eles dividem um taxi.
Ela quer espaço. Ele quer algo a mais. Dividem um último cigarro. Nunca dividirão a cama.
belíssimo texto gnomo! na escolha das palavras, paralelismos, personagens, imagens q são evocadas e reflexões. consigo ver como argumento de um curta :)
ResponderExcluirSeu lindo!! Obrigada, griloses querido. Um elogio vindo de você, é sempre uma honra :)
ExcluirMuito bom Mari. Muito bom mesmo. Adorei
ResponderExcluirFico muito muito feliz por você ter gostado!
ExcluirNossa, Mari, muito bonito isso.
ResponderExcluir"Ela espera o taxi, ele espera dias melhores."Essa me pegou de jeito... deve ser a vida, acho...
Beijos!