De repente não quis mais ficar sozinho. “E se escorrego no banho, bato a cabeça na saboneteira, e ninguém tá aqui pra me escutar?”
Se arrepiou com o silêncio assustador daquela casa, cinco dormitórios – sendo duas suítes, que acabara de pagar com dez cheques mágicos, que compravam felicidade. Sua liberdade de agora assistir em sua enorme TV de plasma seu BOX de temporada do House. Sozinho.
As paredes parecem brancas de mais, um branco que asfixia vai tomando toda a casa. Mas quem continua reinando é o silêncio.
Um sopro da cozinha, um vulto na TV, e agora era como se a piscina transbordasse e invadisse a sala de estar.
Pegou o telefone e discou os números que nunca esqueceu: casa dos pais da ex-namorada. Casou-se, quer anotar seu novo número?
E todo espaço que ele sempre quis, se fechou a vácuo. Seus pés perderam o chão, venceram a gravidade.
Comprou um cachorro.
Que boa surpresa ler seus textos. Muito bom querida. Parabéns.
ResponderExcluirme senti assim essa semana que fique sozinho, em casa meu irmao foi pra sampa ai, fiquei no ap, sozinho paredes brancas, bombril aparecendo em cima da mesa, estranho, barulhos, nao tive house, o meu foi criminal minds, tv nao é de plamas mais xbox ta aqui. fica sozinho é bom. Mais nao quero ficar sozinho.
ResponderExcluirfantástico.
ResponderExcluirMarri, vc escreve bem demais! Adorei. E me identifiquei! Não porque eu seja ou esteja sozinha, mas pq morro de medo de ter que comprar um cachorro - ehehehe-, tanto medo que sinto a agonia desse seu personagem sem nem nunca ter passado por isso. maluca?
ResponderExcluirTema forte tratado com texto delicado. Mto bom!
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